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Confira a programação das mesas da Galeria Folheada

Os encontros acontecem de 28 a 30 de junho

Durante os dias 28, 29 e 30 de junho a Biblioteca Pública Estadual do Ceará (Bece) realiza o Seminário Galeria Folheada – (DES)VENDANDO A MARGEM: Um olhar contemporâneo sobre sujeitos invisibilizado. O seminário faz parte da abertura da exposição Galeria Folheada, que fica exposta de 28 de junho a 10 de setembro, nos setores Atualidades, Coleção do Ceará, Artes e Iconografia, Obras Gerais e Obras Raras da Bece. 

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Sobre a Galeria Folheada

O estabelecimento de uma literatura cânone, sua publicação e leitura, fortifica os parâmetros por ela sinalizados. Na criação de um imaginário hegemônico as ideias divergentes são sufocadas e jogadas à margem. As realidades são invisibilizadas. As pessoas, esquecidas. Desvendar a margem é, pois, desvendar a leitura do mundo através da arte para além do centro. O texto pede passagem para executar uma desobediência de ordem. Não é preciso criar a narrativa: ela está posta. As seleções da Galeria Folheada foram feitas para retirar a venda e desbravar na literatura os campos sufocados e minimizados pela história.

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  • 28 DE JUNHO (QUARTA-FEIRA)

14h |  Mesa 1:  “Não vão nos matar agoracom Lúcio Flávio Gondim, Pedra Silva e Ana Paula Braga.
Mediação: Natyele Martins (Mediação da Bece)
Local: setor de Atualidades.

Sinopse: Serão realizados diálogos nesta mesa que contemplem a identidade LGBTQP+. A violência reproduzida pelos indivíduos aceita como norma atinge em todos os âmbitos aqueles que têm coragem de desobedecer e desviar, e na literatura, sendo reflexo da realidade, não é uma exceção. Historicamente, as identidades dissidentes de gênero e sexualidade são excluídas e invisibilizadas no que é considerado cânone literário. Contudo elas sempre existiram, resistiram e lutaram pela ocupação digna na sociedade, produziam e eram reproduzidas nos livros. 

15h20 | Mesa 2:  “Recordar é preciso” com Sley Silva, Joaquim Ferreira e Nair Beatriz Verissimo.
Mediação: Suel Silva (Estagiária da Bece)
Local: Oficina do Fazer no setor de Obras Gerais

Sinopse: Serão realizados diálogos nesta mesa que contemplem a identidade negra. A Galeria Folheada traz no título as palavras de Conceição Evaristo para mostrar a necessidade de pessoas como Maria Firmina dos Reis, Cruz e Souza, Lima Barreto e Machado de Assis. Esses autores foram responsáveis por recordar a identidade negra através de suas produções e, com essas, questionar o ordenamento colonial do mundo, inspirando uma legião de outros a seguir essa tradição de se escrever.

  • 29 DE JUNHO  (QUINTA-FEIRA)

14h | Mesa 3:  “De ouvidos serrados seguirei desassombrada” com Laisa Marra, Georgiana Pinho e Isabela Correia
Mediação: Ayla Nobre (Mediação da Bece)
Local: setor de Obras Raras.

Sinopse: Serão realizados diálogos nesta mesa que contemplem a identidade feminina.  A criação de uma literatura canônica é trabalho que perdura no tempo, tanto no tempo que leva para sua consolidação quanto nos efeitos decorrentes de seu estabelecimento. Uma produção literária cuja produção seja majoritariamente feita por homens leva, inevitavelmente, à criação de uma literatura machista e patriarcal que nega a possibilidade da coexistência de experiências e realidades diferentes do cânone imposto. A literatura passa, então, a ser espaço de invisibilização da condição de existir.

15h20 | Mesa 4:  “Os senhores não podem ficar omissos com Suene Honorato, Jorge Tabajara e Rosa Pitaguary. + Performance Literária com kurumyn-açu.
Mediação: Rosana Marques Lima (Coordenadora da COCAD/Secult)
Local: setor Obras Gerais – Coleção Ceará. 

Sinopse: Serão realizados diálogos nesta mesa que contemplem a identidade indigena. A cultura transforma o modo como enxergamos o mundo e nos relacionamos com ele. A memória de sua existência é passado, e não abrange a relação do indivíduo com a realidade pois não captura a experiência de ser na natureza e de transformá-la. A relação de nós com o mundo se dá também pelo silêncio. Não o silêncio imposto e fabricado, mas o silêncio da escuta. O apagamento de ser considerado um passado e uma memória, uma lembrança herdada por um povo que esteve e não existe mais, invisibiliza a existência que ainda é, ainda vive, ainda e cada vez mais participa do fazer do imaginário, na literatura, na arte, na música e na cultura. Que escuta e que fala, e tem muito o que falar.

  • 30 DE JUNHO (SEXTA-FEIRA)

14h30 |  Mesa 5:  “Para nunca esquecer” com Wallison Azevedo, Miguel Curi Matã e Julianne Pinheiro da Silva
Mediação:  Rodrigo Ribeiro (UECE)
Local: Setor de Iconografia, Arte e setor de Acessibilidade. 

Sinopse: Serão realizados diálogos nesta mesa que contemplem a identidade pcd’s e as artes produzidas pelas identidades trabalhadas nessa galeria. É essencial que as vozes das pessoas sejam ouvidas e que elas próprias tenham a oportunidade de contar suas histórias e experiências. Isso envolve não apenas permitir sua participação na cadeia do livro e da arte, mas também valorizar e apoiar sua autonomia como produtores e consumidores. É preciso abandonar as lentes estereotipadas, capacitistas e distorcidas, e proporcionar cada vez mais a aproximação da experiência com o mundo e do indivíduo com os outros.

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