Confira os lançamentos de livros que acontecem em maio na Bece
A Biblioteca Pública Estadual do Ceará (Bece), equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult-CE), gerido em parceria pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), realiza lançamentos de diversos títulos, entre eles as obras mais recentes de Brenda Guedes e Rogério Covaleski; Paola Torres e Hortência Siebra. Com entrada gratuita, os lançamentos acontecem presencialmente, sempre às quintas-feiras. Confira a programação abaixo:
- Livro “Infância, Mídia e Consumo: crianças como sujeitos de direitos ou público-alvo?” de Brenda Guedes e Rogério Covaleski
Mediação: Inês Vitorino Sampaio
Dia 02 de maio, às 18h
A coletânea de artigos científicos tem por premissa que a exploração comercial infantil se configura como uma violação de direitos das crianças brasileiras. A obra considera a ampla perspectiva da comunicação mercadológica contemporânea para denunciar estratégias que, por vezes, camuflam os interesses comerciais de atores cruciais da sociedade capitalista diante da fragilidade perceptiva de um público ainda em formação cognitiva e interpretativa. Longe de lançar um olhar sobre as crianças sob o viés daquilo que lhes falta, o trabalho entende que a potência de sua participação social reside naquilo que lhes é devido, por direito. Assim, a coletânea vincula os muitos formatos que assumem a interpelação comercial de crianças a uma questão de violação de seus direitos. Afinal, um problema só passa a ser enfrentado quando é percebido como tal. Com esse desafio, o livro apresenta sete capítulos, que representam algumas das perspectivas de investigação desenvolvidas por membros e membras do grupo de pesquisa Publicidade Híbrida e Narrativas do Consumo (PHiNC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), havendo em dois dos trabalhos associação com pesquisadoras da Rede de Pesquisas em Comunicação, Infâncias e Adolescências (Recria), externas ao GP.
- Livro “Pagu em cordel: Do Punho à Pena. Escritos de Liberdade” de Paola Torres
Dia 09 de maio, às 18h
Roda de conversa com a escritora e com Claudiana Alencar e Zuleide Queiroz sobre o tema: Pagu: Arte. Ativismo e Legado.
Em “Pagu em Cordel: do punho à pena – escritos de liberdade”, a médica e cordelista Paola Tôrres, cujo protagonismo na Literatura de Cordel é inegável, oferece um mergulho profundo na vida de Patrícia Galvão, a Pagu. Com uma abordagem única, Tôrres entrelaça a tradição do cordel com o ambiente acadêmico, ressaltando a singularidade de uma medicina enraizada na cultura e no humano. O prefácio, assinado por Cida Pedrosa, respeitada escritora e defensora dos direitos das mulheres, acrescenta uma camada emocionante a este relato. Ambas nordestinas, Paola e Cida unem forças para honrar e dar voz às mulheres silenciadas na história literária. A capa é uma obra de arte em si, com a ilustração magistral de Jô Oliveira, renomado artista gráfico e ilustrador, que, como Tôrres e Pedrosa, é enraizado em Pernambuco. Esses três conterrâneos se unem para dar voz e poder à Pagu, oferecendo um olhar inovador sobre uma figura icônica e uma contribuição única à literatura brasileira.
- Livro “No Sexto Dia“ de Hortência Siebra
Mediação: Raymundo Netto
Dia 23 de maio, às 18h
O livro No sexto dia de Hortência Siebra convida o leitor a experienciar as infinitas formas de ser e estar no mundo. Acho que foi ao longo da leitura que eu realmente compreendi a frase de Clarice Lispector: “Já que sou, o jeito é ser”. Afinal, não foi isso que Billy fez? Decidiu aceitar-se pássaro, ponto. A complexidade da vida dos seres envolve muitas forças, algumas controláveis, outras inexoráveis, que nos enredam em coisas que nem sabemos existir. Ao longo da leitura, me senti uma intrusa autorizada (isso existe?). A mim parece que andei xeretando momentos que eu não devia, tal qual Paulo Roberto. Outras vezes, senti a força de conhecer as histórias que ressignificam aspectos de minha própria vida. Eu já havia tido contato com alguns dos textos de forma aleatória, mas a força de ler todos eles, juntos, foi uma experiência marcante. Verdadeiramente, o livro nos mostra que é pelo fato de sermos humanos que essas experiências, embora distantes de nossa realidade individual, são passíveis de serem nossas, e essa mera possibilidade nos aproxima de uma forma surpreendente de cada uma delas. A obra da autora se insere em uma longa corrente que vem desde a Literatura Antiga: representar o homem, recriando-o em suas relações com os outros homens e com seus próprios destinos. Não importa quanto tempo passe, quanto a sociedade mude, há algo primitivo que sempre unirá essas experiências, afinal elas advêm do caráter singular que existe dentro de nós. Enfim, no sexto dia, Deus criou os homens, sua master piece, já Hortência Siebra No sexto dia apresentou as diversas facetas que nos torna mais humanos e menos parecidos com Deus.