Datas: 29 e 30 de janeiro de 2025
Horário: 19h às 21h
Local: Google Meet
Inscrição: https://forms.gle/E6dAv8BndzZHSKNd8
O Ciclo Formativo Vidas Trans – Arte e Colonização tem por objetivo promover reflexões sobre a cidadania das pessoas trans travestis, transexuais (homens e mulheres trans) e não-binárias. As duas aulas que compõem o Ciclo trarão abordagens importantes que instigam a pensar sobre a interseção entre arte, as consequências da colonização e o contexto de marginalização ainda presentes na vida de pessoas trans e travestis na contemporaneidade. A Aula 1 abordará as estruturas de opressão do colonialismo na atualidade, tais como o racismo, o machismo e a LGBTfobia e suas consequências na vida de pessoas historicamente marginalizadas. A Aula 2 irá discutir sobre as políticas de memória e inclusão na visão de artistas travestis no contexto dos resultados da pesquisa sobre a memória social das travestis no Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS/CE), à partir do programa “Trair o CIStema”.
Aula 1 – “Consequências da colonização para vidas trans e travestis no Brasil” com Dáry Bezerra e mediação de Labelle Rainbow
A aula aberta de Dáry Bezerra irá discorrer sobre o panorama da situação colonial, a colonização e a escravidão foram processos violentos, e suas conseqüências para as vidas das populações trans e travestis na atualidade. Abordará os estudos de autores decoloniais, refletindo sobre a relação entre colonialismo e estruturas de opressão sociais na atualidade, tais como o racismo, o machismo e a LGBTIfobia, ao tempo em que questiona e inquieta pessoas de diferentes espaços e territórios, cores e etnias, orientações sexuais e identidades de gênero: o que fazer?
Minibios

Dáry Bezerra: Tem formação em pedagogia pela Universidade Regional do Cariri – URCA e mestra em Antropologia pela Universidade Federal do Ceará – UFC, atua nos debates e discussões sobre diversidade sexual e identidades de gênero, saúde e prevenção de IST/HIV/Aids com populações LGBTI+, defesa dos direitos dos povos de terreiro, e educação para os direitos humanos. É membro titular do Conselho Estadual de Combate a Discriminação LGBT+ do Ceará e produtora cultural atuando como assistente de direção do For Rainbow – Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual e de Gênero.

Labelle Rainbow: Travesti Negra, Ativista, Defensora dos Direitos Humanos de LGBTI+, Diretora do GRAB – Grupo de Resistência Asa Branca e Presidenta do CENAPOP – Centro Popular de Cultura e Ecocidadania.
Aula 2 – Travestilidades e o Direito à Memória” com Sol Alves com Sol Alves e mediação de Stefany Mendes
Na presente aula aberta, Sol Alves irá abordar as políticas de memória e inclusão, a visão de artistas travestis sobre memória e o papel dos museus, além dos desafios enfrentados por essa população em um estado com altos índices de violência contra travestis. A reflexão também abordará como os museus podem se tornar espaços de resistência, promovendo o direito à memória como um direito fundamental para as pessoas trans e travestis, historicamente marginalizadas.
Minibios

Sol Alves: É antropóloga formada pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e mestranda em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Travesti cearense, sua pesquisa se concentra na memória social das travestis, enfatizando a importância de discutir a humanidade como base para compreender suas identidades e resistências. Comprometida com ações afirmativas, Sol desenvolve pesquisas que buscam promover a inclusão e a construção de políticas públicas para enfrentar as desigualdades e a violência estrutural contra travestis.

Stefany Mendes: Travesti multiartista reconhecida por sua atuação como atriz, cantora, designer, cerimonialista/apresentadora de eventos, produtora cultural e artista plástica. Idealizadora do Polo Trans, movimento que fomenta a cultura LGBTQIAPN+ nas periferias, Stefany também atua como produtora da Parada pela Diversidade do Conjunto Ceará e do Trans Festival – CE, que em 2025 chega à sua terceira edição. Integra o Conselho Estadual de Combate à Discriminação LGBTQIAPN+ e é membra da Biblioteca Itinerante Livro Livre – Pôr dos Livros, um coletivo literário que promove leitura e inclusão nas comunidades periféricas.