Biblioteca Pública realiza webinário sobre Afrofuturismos nos dias 24 e 25 de novembro
A atividade faz parte da programação alusiva ao Mês da Consciência Negra
A Biblioteca Pública Estadual do Ceará (Bece) promove, através do webinário “Afrofuturismos: Ficcões Científicas, Movimentos Sociais e Protagonismo Negro”, o debate em torno do movimento cultural e estético de amplo espectro no campo das artes. Transmitido ao vivo pelo Youtube da Bece, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult Ceará), gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar – IDM, o evento acontece nos dias 24 e 25 de novembro, a partir das 10h, e contará, por sua vez, com a participação de profissionais da área da comunicação, das políticas públicas afirmativas e de promoção da cidadania e de artistas de diferentes linguagens.
“O afrofuturismo tem na sua gênese uma feição social e um pendor político claro no que tange à valorização da ancestralidade, mas apontando, criticamente, para uma perspectiva na qual o negro ainda não havia sido apresentado pelas narrativas europeizantes: a de um futuro do presente de protagonismo e de autoafirmação identitária”, afirma Rodrigo Ribeiro, Coordenador de Acervo, Pesquisa e Conhecimento da Bece.
A programação do webinário inicia no dia 24/11, com o tema “Escritas Decoloniais: comunicação, igualdade racial e cidadania”, que visa a debater a partir do afrofuturismo, como a ancestralidade afro-brasileira passou a figurar como um instrumento de força política? Como as escritas decoloniais, em especial a literatura, atribuem centralidade e protagonismo aos jovens negros e periféricos? E mais: que iniciativas da sociedade civil organizada têm contribuído com a busca por reconhecimento da igualdade racial de jovens negros no Brasil? Para este rico debate, o webinário conta com a participação de: Bruno de Castro (jornalista e escritor), Kinaya Black (escritora) e mediação de Helena Barbosa (Gerente Executiva do Centro Cultural Porto Dragão).
“O poder da narrativa define lugares, identidades, estruturas. Ao se asfixiar o conhecimento, a arte e a ciência de uma determinada cultura, você aplica com esse ato um movimento de dominação sobre quem pode está narrando e quem será invisibilizado nesse processo. O afrofuturismo, portanto, aciona o nosso poder de contar nossa história e, com isso, apresentar outros modelos e perspectivas de protagonismos que fogem ao modo dos pactos da branquitude. Envolvido numa temporalidade cíclica, o afrofuturismo valoriza o passado, na medida que percebemos que é na nossa ancestralidade que reside nossa força criativa, ao mesmo tempo que é a partir dessas referências que alimentamos nossa esperança de encarar o futuro de pé, vivos e prontos para conduzir nossos destinos”, destaca Helena Barbosa, Gerente Executiva do Centro Cultural Porto Dragão.
Ainda no dia 24/11, antes do debate com os convidados, o Bibliotecário do Setor de Obras Gerais, Lucas Corrêa, falará sobre o acervo bibliográfico da Bece referente aos artistas, escritores e pensadores negros dedicados às mais distintas áreas do conhecimento.
O segundo e último dia do webinário, dia 25/11, abordará o “Afrofuturismo como proposição estética nas artes visuais”. Que técnicas e linguagens as artes visuais têm-se apropriado como recurso de reivindicação de direitos sociais de jovens negros no Brasil? O que caracteriza o afrofuturismo como proposição estética? Que futuro o afrofuturismo propõe? O webinário recebe Felipe Heloi (ilustrador e cientista social), Tatiana Nascimento (poetisa) e a mediação de Helena Vieira (Assessora para a Cultura da Diversidade do Instituto Dragão do Mar).
SERVIÇO:
Webinário “Afrofuturismos: Ficcões Científicas, Movimentos Sociais e Protagonismo Negro”
Dias 24 e 25 de novembro, das 10h às 12h
Mesas: “Escritas Decoloniais: Comunicação, Igualdade Racial e Cidadania” (24) e “Afrofuturismo Como Proposição Estética Nas Artes Visuais” (25)